domingo, 24 de janeiro de 2010

O Sangue, meu Sangue...

E porque é na família que encontramos todo o calor que nos é essencial. E porque é ali que todo o conforto e segurança do Mundo nos é oferecido... ali que existe lugar para o "desejar e sempre desejar". Lá, que nos é criada a esperança e o futuro. Lá, que nos é criada a dádiva... e que muitas vezes não sabemos valorizar, importar... mas que um sempre qualquer evento isolado nos faz mudar isso.

À descendência e à ascendência, às origens e aos destinos... à dádiva, ao amor e à sorte... e sobretudo a herança, que muitas vezes nos acompanha no nosso sangue. O Sangue, meu Sangue...


É nas palavras que me refugio...
Perante tais pensamentos erráticos,
Nesta maré de murmúrio...
Desabado em destinos drásticos.

E é nas almas da gente que mais além vejo,
Mais além penso numa virtude de compreensão...
A quem mais desejo dar um beijo...
A quem mais desejo abrir meu coração...

Pela estadia que se controversa, da morbidez da vida.
Na alma que se desencaminhando jaz sobre seus pecados...
Jaz sobre um livro que escreveu sob seus caminhos... sob seus bocados...
Erra e continua errando... porque alguém assim lhe dita...

Aquilo que mais de sagrado possuo,
Da mais eterna esperança que se pode ter:
O Sangue, meu Sangue... que me foi tão oportuno...
O Sangue, meu Sangue... que tanto me fez ver...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Mar

O Mar que me guarda os segredos, que me guarda as dores...
É salgado como as lágrimas,
Preenchido como as cores.
... É mágico como as fadas.

Ele que me escuta, que me ouve...
Ele que compreende o real,
Que sabe o que houve.
Ele me sente e adivinha o mal.

O Mar que é vivo como a Terra que gira,
É também sabichão como quem tem alma...
É surgido e misterioso como a vida,
Detém-nos o coração e traz a calma.

O Mar que é molhado como o prazer,
Brusco como a realidade
E intenso como a vaidade...
Sabe ele o que tudo fazer.

A Moral Desmoralizada da Moralidade deste Mundo

Por esta busca que me foi devida,
Pelo consagrado que me foi prometido,
Foi-me assim o sofrimento devolvido...
Foi-me assim retirada a permissa...

Por esta angústia imoldável
Em que habito este Mundo,
No desespero intrigante do desejável
Foi-se assim a esperança de um “tudo”...

Por esta vida, pela rotina nesta cidade o tempo não retorna,
Não se executa a evolução do óbvio
No facto degradável em que a vida se dá na volta.
Rejeita-se assim a possibilidade incerta de um acto notório.

Foi-me tapada a visão,
Abençoada a individualidade
De que sei ser impertencível.
Foi-me retirada a esperança, bloqueada a fé.
Foi-me maltratado o coração,
Com buracos de perda e penalidade,
Em uma realidade de destruição invisível
Não tendo mais força de pé...

Perdi a moral...
Perdi a moral para exigir,
O sentido de esperar.
Ganhei um mal, um novo mal de tingir,
Uma nova velha alma carregando um intemporal pesar...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Caminhos...

Boa noite gente. Por muitas vezes já, numa continuada jornada de mudança interminável, estagnação, numa insana caminhada de algo que ainda não percebi bem ser o quê, dou por mim fiel ao progressismo antes contestado do percurso normal das coisas, de um destino vulgar mas tão pouco previsível da vida. Dou por mim sentado frente a um monitor numa sexta à noite, ouvindo músicas que pouco ou muito dirão de mim.

Não sei o que foi feito de mim, de onde apareci e por onde me fui. Olho o passado, vejo o presente, e tento não adivinhar o futuro. Aquilo que fui, o que comigo se passou, o que hoje sou e talvez aquilo que amanhã serei. Reparo em um percurso vulgar das coisas, numa lei racional e lógica daquilo que não é natural e talvez nos leve a acreditar naquilo que na prática não nos constitui como pessoas, talvez mais presente em mim do que numa generalidade de pessoas da minha geração.

Eu fui alguém que hoje não sou, cresci, aprendi, errei e perdi mas também ganhei. Como muitas vezes penso e teorizo, talvez a minha paixão por "legos" em criança, me tenha aproximado por certas áreas da engenharia, e a minha curiosidade e interesse pela ordem e causa natural das coisas e dos factos feito pensar em tempos em jornalismo. Talvez a minha "maior tendência para morenas" venha da minha primeira grande paixão, algo quase como platónico. Talvez a minha relativa vivência com gerações mais velhas e acompanhamento das dificuldades da minha família me tenham feito menos consumista, menos materialista, e mais ciente das dificuldades e prioridades da vida.

Dou hoje por mim, sexta-feira à noite, frente a um monitor, algo que não faz parte de mim... nunca fez. Ouvindo uma música cuja letra e simbologia a mim nada dizia nunca e que eu e meus ideais rejeitavam. Dou por mim vistas as prioridades mudadas ao longo dos tempos, aquilo em que sempre acreditei e por que sempre lutei cada vez posto mais em causa... eu, que sempre me achei uma pessoa de princípios persistentes, de argumentos sólidos e motivos para aquilo em que sempre me apoiei, basiei e defendi. Talvez por isso nesta vida, nada seja absoluto mas tudo relativo. Talvez um ateu, um agnóstico ou um católico, tenham os mesmos princípios de vida, as mesmas bases e razões de crença... apenas diferentes maneiras de olhar o mundo e a ordem natural das coisas, talvez não tenha que haver uma causa ou uma razão absoluta, mas uma relatividade associada áquilo que somos, à nossa vida e ao nosso percurso. Talvez um comunista e um liberalista disponham das mesmas ambições e prioridades, não havendo talvez um absolutismo no "sistema errado ou sistema certo" e na "má decisão ou boa decisão". Tal como talvez um racista e um humanista lutem pelas mesmas consequências, objectivos tendo em vista diferentes critérios, não tendo talvez necessáriamente um associativismo ao ódio ou receptividade racial.
Talvez aquilo que em tempos fui, não o seja hoje na totalidade, na verdade cada vez ponho mais em causa ideais e princípios meus que toda uma vida me sustentaram e apoiaram. Talvez a minha maneira de ser seja muito diferente daquela que esperasse ou fosse suposto. Talvez a minha maneira de pensar em certos assuntos e pontos de vista não seja na sua integridade a mesma que em tempos passados. Ou talvez por vezes seja apenas pura e simplesmente necessário mudar...

Pouca coisa hoje sei, ao final de muita coisa passada, e talvez muita posta em causa. Sou-vos sincero, não me posso qualificar como uma pessoa feliz, no entanto também não tenho motivos para não o ser... simplesmente não sou nem deixo de ser. Se um dia tiver que ser alguma coisa dos dois, então que seja. Eu não sou muita coisa, e talvez seja relativo em muitas temáticas ou não. Sou apenas eu, Zé para uns Modesto para outros.
Talvez seja essa a definição da minha pessoa: a incerteza daquilo que sou, a questionabilidade de soluções palpáveis do muito ou pouco conhecimento que possuo, e a certeza de que nesta vida pouco ou nada é absoluto.

Assim apresento o Mundo, um lugar de sítios feios e belas paisagens. De dor e mágoa, euforia e risota... tristeza e felicidade. Daquilo que para uns "o que parece é" e para outros "o que parece não é", e que no fundo, são apenas definições que depende da nossa absoluta consciência, que depende directamente da relatividade do nosso percurso de vida...

E assim é. Uma boa noite a todos.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

E a vida se faz assim, continuando... permanecendo... sempre constatando

Se eu não chorasse,
Não aprenderia,
Não seria mestre...
Porém se igualmente não amasse,
Não me importaria,
E pouco concluiria...

A cada tempo, a cada história,
A conclusão permanece a mesma... mórbida,
Mereço chapadas pela única conclusão,
A única certeza que pareço teimar em não aceitar...
A única conclusão que pareço não tirar, para mal do meu coração.
Porém, sempre sei que é a mais verdadeira de todas... presente em toda a minha vida...
Em toda a minha célula, em cada músculo... cada batida.
A única conclusão vital da minha existência, a única que certamente deverei respeitar...

Talvez por muito, deva pedir perdão a muita gente,
Mas talvez por muito mais, deva pedir perdão a mim mesmo.
Certas coisas teimam em repetir-se na nossa vida
Tristemente com a mesma conclusão...
Minha alma, minha mente,
Pobre de si, por este coração...
Espero depressa poder abandonar este cesto,
Este lixo, onde jaz a mais pura verdade tida...

Não espero que me percebam, que me compreendam...
Não espero que me sejam solidários.
Sei aqueles, aquilo, as tantas coisas que para sempre pendam
Por si mesmas, pelo destinado... pelos letrários...

domingo, 28 de junho de 2009

A nossa Derrota...

Boa noite a todos.

De facto já cá não vinha à algum tempo, e devo dizer que realmente o meu ânimo, a minha disposição, estão relativamente mais estáveis. Embora pudesse estar bem melhor, o abalo está presente... pois embora trate-se de algo de certa forma já ultrapassado à muito e que hoje em dia já não terá grande importância, magoa-me ao constatar que terá sido um ano induzido em erro, e que nem sacrifícios meus e nem sequer a pessoa em causa alguma vez mereceram esforços da minha parte... mas pelos vistos, foi esta a conclusão que ela quis que eu tirasse, com muita pena minha.

Mas de qualquer das formas, este texto, ou esta pequena reflexão não é sobre esse tema, esquecemos essa tristeza, que eu assim igualmente farei.

Venho falar, daquela que talvez seja, pelo menos para mim, a maior derrota do ser Humano.
Já experimentaram parar por um minuto, paralisar a vossa vida por completo num qualquer momento do espaço ou do tempo, para se abstrairem das nossas complicações e stresses enquanto seres humanos erráticos, e contemplar as pequenas e boas coisas da vida enquanto seres vivos de magníficos pormenores?

Talvez seja exagero da minha parte, mas talvez de facto devêssemos dar menos preocupação a coisas superficiais e não-essenciais, e dar mais atenção às coisas básicas da vida.

Ontem à tarde, antes de sair para jantar fora em casa de um amigo, meu pai terá saído antes de mim, e reparei eu no seu estado abatido, em baixo. Quis saber o que se passava.
Reparo-me solidário, para com uma pessoa que nunca conheci, para uma família que nunca conheci mas que ainda assim, tal situação e tal indivíduo captou a minha atenção. Meu pai saia de casa para visitar um amigo, um homem não velho, mas um doente terminal de cancro.

Sinto-me solidário, ao constatar as condições em que esse homem se encontra, por ele, e pela sua mulher, filhos e netos que para trás ficam.

Não sei realmente, sob que consciência esse homem parte, não sei realmente que sonhos e desejos terá concretizado esse homem ao longo de uma vida, mas imagino a tristeza e a desmotivação em caso de falha, contrários àqueles em caso de sucesso.

Um dia todos nós partiremos, na hora de cada um ou numa hora de antecedência, cabe a nós aproveitarmos a vida que nos foi dada, viver cada momento que nos é passado e contemplar cada pormenor existêncial que nós testemunhamos, e que a nós igualmente testemunha...

Recordemos apenas: os que partem sempre morrem, mas sua existência sempre em nós fica!

Mais um poema por mim mais abaixo :) espero que gostem,
Cumprimentos.

Sobre esta matéria que nós erramos,
Perdemos a contagem do que erradicamos.
Perdemos o ideal de nossa defesa,
Para que erradamente nos apoiemos na fraqueza...

Esquecemos a ideia e o motivo,
E largamos a larga esperança do que está oculto.
Porque se a bem formos ver, um “tudo” é emotivo!
E por esse “tudo” eu faço luto.

Nas perdidas memórias do que sempre celebramos
Ficam assim guardadas mas perdidas, as alegrias de um motivo.
Foram esquecidos todos os pormenores, todas as presenças que amamos,
Pois a alegria da vida, já foi o nosso motivo!

Sobre nossas mentes, nossas almas
Jazem aqueles que para trás ficaram.
Descansem aqueles, que por nós produziram calma...
Que por nós existiram, e que por nós amaram...

Por aqueles que já lá vão, e que por lá ficaram,
Os quero saudar... avivar a sua existência que por cá sempre ficou.
E saudar ainda mais àqueles que mais cedo partiram,
Que nada puderam fazer ao que lhes marcou...
E que ainda assim, por nós falaram.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Melancolia

Boa noite.

Nos últimos dias, tenho me sentido relativamente em baixo, melancólico.

Talvez não tenha bem a certeza da sua causa, e talvez ainda menos da sua legitimidade, mas sei aquilo de que sinto falta.

Não sei, mas provávelmente poderá ser exagero da minha parte... mas eu sou mesmo assim, sou um ser sentimental cuja natureza não está preparada para enfrentar a vida como uma alma só... pois afinal a vida nunca é apenas uma...

E sinto-me sozinho, vazio... creio que não me fosse destinado uma caminhada solitária como ser sentimental e atencioso que sou... e possívelmente será essa a minha sina.

Falta-me desejo, falta-me paixão, amor, emoções... sinto falta de companheirismo... mas acima de tudo falta-me auto-estima e moral!
Sinto-me incompleto...

E este foi apenas um desabafo, posso também dizer que por vezes começo a duvidar da minha filosofia de vida, de certos ideais meus que até agora me terão mantido de pé, mas possívelmente enganado...

Deixo-vos aqui um poema escrito à pouco, espero que gostem.
Boa noite a todos.


Cansa-me a solidão, e fartou-me a procura...
Desespera-se a harmonia
E eterniza-se uma melancolia.
Angústiado coração, pela falta de uma cura...

Anseia-me um futuro por aquilo que me espera,
Pela solução, pela desilusão que agora me preenche.
Vivendo o dia-a-dia, na sombra de uma ideia que me mente,
E num ideal que em mim cada vez menos opera
Nesta Terra que cada vez é menos esfera.

Preocupa-me ainda mais a própria preocupação,
Sei eu que dou excessiva importância,
Mas nem eu tenho a certeza da explicação
Por dentro deste coração de insânia!

Chamem-me um idiota,
Mas eu sou um ser sentimental
E falta-me a rota...
Para longe desta situação prisional...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Olhar... denúncias da alma!

Muito boa noite a todos.

Terei eu de certo modo estado ausente nos últimos tempos, não na forma física mas algo espiritual, como muitos de voçês devem ter percebido andei relativamente em baixo nos últimos tempos, talvez não tenha ainda bem a absoluta certeza do porquê, e soube eu à poucos dias que tive em risco de cair em depressão, mas felizmente acho que me posso considerar livre de perigo :).
Acho que posso afirmar, que houve certas coisas que aprendi, algumas de mim próprio que de certa forma desconhecia ou me passavam despercebidas, penso que o terei que encarar como uma mais-valia e uma ferramenta para o futuro, para a vida.

Venho aqui então escrever, apenas um pouco, ligeiramente, do que há de mais identificativo em nós enquanto pessoas: o olhar, sem dúvida alguma uma exposição da nossa alma, e eles próprios transmitem a vida em cada um de nós, carácter e sentimentos.

É o que há de mais mágico em nós. Podemos mentir, ocultar uma verdade, segredar, fechar-nos, mas... eles nunca nos deixam! Com a observação correcta, constatamos o tanto que um simples olhar nos pode dizer, e o que ao mesmo tempo o nosso transmite ao resto deste imenso Mundo... pois mesmo quando usamos ou queremos usar uma máscara, eles estão sempre a descoberto! Denúncias e liberdades da alma!

Por baixo desta imagem, está um poema, escrito por mim à pouco, espero que gostem :).
Boa noite a todos.



A alma da gente e os pares de sua pertence...
São como companheiros, uniões completas,
A de um espírito e seu olhar.
As artes mais manifestas,
Puramente mágicas de um entregar e dedicar.

São nossos olhos... faróis de nossa presença,
Dados a um Mundo irrisório
Algo fantástico, e suspeito até!
Diria eu com toda a franquesa,
Não será este par apenas um observatório,
Mas também uma vigia de maré...

Uma janela de fuga para um Mundo exterior,
Denúncia de nossa alma, nossos mais profundos desejos...
Declarados em guerra... ou amor.
Uma compaixão, algo de ardor... com que ansiâmos o Mundo por futuros feitos.

Aberta é nossa alma, esperando pela maravilha fronteiriça...
Do admirar e dedicar, e também auto-denunciar
Uma presença algo fútil, mas para nós massiça.
Desejos de realizar, ou simplesmente de desejar!

Esperemos cada um de nós amar o outro
Ainda antes de amarmos a nós...
Tal não é possível, pois apenas dentro de nós há um tesouro
Capaz de cativar um Mundo de paixões...
E aí então, ouvir a voz...
De múltiplos corações!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Falha entre-linhas

São muitos aqueles, que poderão ter reparado na minha má fase ultimamente... sabem aqueles que verdadeiramente me conhecem, que não ando o mesmo Zé, normalmente sempre alegre face a tudo e todos... e sei que nalguns pontos talvez tenha sido menos correcto com alguns... e desde já as minhas desculpas.

Ando em baixo, desmotivado... desmoralizado, sem vontade para nada. Sinto-me sem quaisquer objectivos de vida, sinto-me fraco... impotente face aos múltiplos desafios que a vida têm para oferecer. Sinto cá andar... simplesmente por andar, não fazendo muitas vezes grande diferença a alguns, e talvez a pessoas que mais eu gostava que fizesse...

A minha vida está de pernas para o ar, não sei o que fiz, o que faço, nem tão pouco o que farei face a múltiplos problemas que me rodeiam neste momento, desde financeiros, emocionais/amorosos, a objectivos e vontades.

Não sei realmente que imagem tenha eu dado a certas pessoas nos últimos dias, não sei mesmo se em algum ponto as poderei ter magoado... e não sei mesmo se alguma vez certas emoções do meu lado terão sido alguma vez reconhecidas sequer por outras.

Confronto-me eu neste momento, com princípios meus que nunca pensei confrontar. Já aprendi muito com o passado, mas não sei o que faça com o presente... o que esperar do futuro...

Não sou perfeito, ninguém o é, tenho apenas pena que muitas vezes não reconheçam certos valores meus, certas atitudes/esforços da minha parte.

Costuma-se dizer que quando se está no fundo, o único caminho é a subida... sinto-me com dificuldade em encontrar essa subida...


Gostava de uma oportunidade de o dizer...
E de saber se alguma vez signifiquei.
Um acto de o fazer, realizar,
Perceber no ponto que menos acertei
E poder certamente o constatar.

Gostaria realmente,
De um momento que tudo diria
Pessoalmente por mim, por outro amorosamente.
Adoraria de facto, de um reconhecimento do outro lado,
E de adivinhar sim o aquilo tudo que se faria...

Em momentos sim,
Que senti tal necessidade de abraçar.
Algo que jamais teve fim, porque início ficou por ali.
Adoraria ter avançado com a paixão, e alcançar um talvez amar.

Sinto que, de uma forma ou de outra,
Muito estraguei, e sinto-me impotente
Neste momento face a desafios que compoem a vida...
Que compoem um homem, como alma que sofre, e nada mais tem que sofra.
Neste momento, estou de mim, da minha vida e daqueles que me rodeiam ausente,
Receio... por uma volta que se torne ida...

Muitos não perceberão...
Mas também poucos realmente sentirão...


Escrevi isto, em nome de alguém. Se esse alguém não sabe quem é, tenho toda a pena do Mundo em constatar que nunca alguma vez signifiquei nada...

Uma boa noite a todos
...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Uma velha memória

"Amadora, 26 de Dezembro de 2005


Zéee** =D...
Bem, vim-te aqui dedicar umas palavrinhas, pois mais que ninguém tu as mereces.
Consegues sentir o quão importante és para mim? Possívelmente não!

Costuma-se dizer que as relações pela net são imprevisíveis e irreais mas comecei a não partilhar nada dessa opinião.
É estranho como as coisas são assim... já fez tanto tempo desde que te conheci, sinceramente não me arrependo de nada, parece que tudo devia ter sido como foi, pois essa para mim foi a forma perfeita!

Não sei como serão as coisas no futuro, mas espero que não mude nada do que sinto agora, no presente. Não vai mudar!

Sem dúvida alguma, sinto que és o meu melhor amigo e acredita que penso logo em ti sempre que me sinto menos risonha. Não só quando eu estou mal, mas também quando sinto necessidade de contigo partilhar a minha alegria.

Assim me despeço dizendo-te que estarei realmente sempre de coração aberto para ti!


Muitos beijos da tua sempre amiga,

Ana Filipa Diogo

ADORO-TE** =D
"

Bem, aqui acima, está a cópia (mais ou menos exacta) de uma carta me entregue pessoalmente pela pessoa em causa, na altura um grande amor meu, e melhor amiga Ana Diogo. Carta datada de finais de 2005, como podem verificar.
Tinha esta carta guardada aqui, numa gaveta cheia de tralhas onde supostamente guardo aquelas coisas que me são mais preciosas. Realmente sinto alguma nostalgia, saudade e talvez até alguma tristeza... ao constatar o que se perdeu com o passar dos anos, o que mudou e que se jurou nunca mudar.
Tínhamos uma grande afinidade um pelo outro. Uma amizade íntima onde não havia segredos e falava-se de tudo. Ela sentia um grande laço de amizade e confiança por mim, e talvez irmandade e alguma fraternidade também de certa forma. Eu também sentia isso tudo, mas infelizmente para mim, para nós... sentia também muito mais que isso!
Saudades de algo tão precioso que se perdeu, porque mais do que amor da minha parte, tínhamos realmente um laço forte... pena em como as coisas acabaram.
A carta tem data de finais de 2005, eu conheci-a pessoalmente em finais de 2004, embora já falássemos pela net muito antes disso. E realmente, lembro-me na perfeição do dia em que a conheci, em que a vi pela primeira vez. Não apercebi realmente sentimentos poderosos por ela para além de uma forte amizade na altura, mas agora percebo que foi desde o primeiro momento... e ainda me lembro desse momento! Lembro-me da primeira coisa que ela me disse: "Chiça, és mesmo alto tu!" e disse-o de sorriso na cara, sempre de sorriso na cara...
Lembro-me dos pormenores desse dia magnífico. Como nos comecámos logo imediatamente a dar bem, como o Sol brilhava nesse dia... mal sabia eu a história por que eu iria passar por ela, e por aquele laço...
Saudades do passado, e ânsia pelo futuro...
Boa noite.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A mágoa, o custo e a memória...

Malta...

Já não sei o que dizer, o que sinto ou o que penso... estou desiludido comigo mesmo. Cheguei à conclusão do que receava, e sinceramente, dói, e já não me lembrava realmente o quanto doía. A saudade apoderou-se de mim esta noite, a mágoa e o ressentimento a acompanham...

Estou triste comigo mesmo, pois já lá vão 5 anos... e achava ultrapassado mas, no fundo nunca fora. Estou farto, estou farto realmente, desta prisão emocional...

A dor me bloqueia o raciocínio... reencontrei e voltei a ouvir, uma música que não ouvia à cerca de 2 anos... essa música, trouxe-me à superfície o sentimento perdido... sinceramente já não lembrava o quanto doeu à 4 ou 5 anos atrás, e reconheço realmente, que ela tinha um qualquer toque especial, que em mais nenhuma rapariga reencontrei, uma magia conciliável. Tenho saudades de estar com ela, um simples lado-a-lado, um simples toque, um escutar a sua voz, a companhia, e cheguei a triste conclusão, que ao final de 5 anos, o sentimento nunca mudou, e apercebi-me que ainda hoje eu seria capaz de dar a vida por ela, e tudo o resto... sinto algum receio, não tenho notícias suas à meses, não sei se está bem, como está...

Perdi muito por ela, e acabei por a perder também. Só queria apenas uma oportunidade de a ver uma última vez, a pudesse a olhar uma última vez nos olhos e dizer que nunca a deixei de amar, e nesse momento acompanhar estes mesmos olhos com as mesmas lágrimas que me correm pela face... é triste, mas é verdade, não chorava por ela à 2 anos... por isso não posso esconder mais de mim mesmo, que nunca a deixei de amar, e que ela é realmente essencial na minha vida.

Sinto necessidade de a rever novamente, ter uma oportunidade de lhe provar o quanto ela significa, o quanto amo, o quanto me dói a distância e o desconhecimento, e a sua ausência

Dava tudo por ela... dava a vida, tão depressa quanto casava, posso estar louco, mas afinal amor é isso mesmo...

Estou desiludido comigo mesmo, hoje cheguei a conclusão que nunca a deixei de amar, voltei passado dois anos a chorar em seu nome, e sinto saudade pela sua presença, receio pelo seu bem estar pois nada sei dela, e por ela eu choro neste momento...

realmente dói, custa, aflige...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

E se o amor matasse?

Se amor matasse,
Haveria alma que não vivesse...
Se amor matasse,
Não havia quem isto escrevesse.

É um episódio de vida,
De tamanha riqueza,
Da alma será sempre fraqueza
Por cada alma por si sofrida.

É na vanguarda das emoções,
Que um rapaz morre e um homem nasce,
Por muitos e tantos corações
Em que cada um abençoado se ache.

Ou pelo menos nascido um ser que muito terá perdido,
Mas outras riquezas ganho,
Em um coração que é dorido...
Mas em que muito lhe foi dado!


No sentimento e saudade de outros tempos...

Aproveito para desejar um óptimo ano novo a todos. :)
Cumprimentos.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Emoções de outrora... Palavras de agora...

Boa noite a todos, são 3:30 da manhã, e o Sr. Pestana à muito que me bate à porta, mas não pude ficar indiferente, mas ressentido... nostálgico e de certa forma apercebido, que muito ficou por dizer, e talvez ainda mais por fazer, esclarecer; outros caminhos no passado podiam ter sido tomados, ou outras formas de combate num passado já mais recente... Sentimentos e emoções, trazidos à superfície e relembrados, na sua quase exacta essência por uma música que reencontrei aqui à pouco... perdida pelo tempo.

Tentei escrever um verso, um qualquer poema, mas não consegui, a alma, o pensamento e a memória me bloquearam (e o cansaço talvez tenha o seu contributo também). Venho aqui então falar por palavras simples, do assunto do amor, delicado, frágil, fraterno e essencial! Talvez o venha falar por necessidade própria, talvez sinta necessidade de remexer o passado (pois a verdade é que até sou muito nostálgico), tentar perceber ainda melhor certos pontos e falhas... ou dar ainda mais a conhecer esta minha história, que tanto valorizo, que tanto me magoou e ensinou, e talvez dizer a muita e tanta gente, que há certas situações na vida, em que o coração e a cabeça devem pensar em conjunto, e que pura e simplesmente o erro é de se evitar a 100%, ainda que aprendamos com isso.

Pois eu não sei a que situação terei chegado... não sei o que pensar, o que sinto. Sei que ainda não a esqueçi, e sei que a amei à quatro anos atrás... não sei é se ainda a amo, ou se terei perdido este sentimento dorido no tempo... talvez até tenha perdido a própria sanidade mental!

Continuo ouvindo esta música, que foi perdida no tempo e no espaço. Recordo na perfeição os momentos passados, as memórias perdidas... lembro-me do calor do seu abraço, do bater nervoso do meu coração, e ao mesmo tempo da naturalidade e tranquilidade em que ela me conseguia deixar... lembro-me do quanto ela era importante para mim, independentemente de qualquer circunstância, e do quanto me magooei a mim mesmo, apenas para protegê-la acima de tudo, pois tenho completa noção que toda a dor sentida terá vindo das minhas acções, pois eu censurava-me a mim mesmo, o meu próprio sentimento, e não são poucos os meus amigos que sabem que não passei bem, que sabem as muitas e tantas lágrimas que derramei, e que ainda assim, todo e qualquer momento passado a seu lado era mágico... pois era ela com quem queria estar.

As circunstâncias entre nós não ajudavam, podiamos ter todas as semelhanças em aspectos de amizade, mas tinhamos todas as diferenças em aspectos de amor. Sei que muito sofri por minha própria culpa, mas que disso não arrependo, pois foi tudo por ela. Mas sei também que errei em diversos pontos, erros estúpidos, que ainda mais me magoaram a mim, e que sei que a magoaram a ela... estes erros, não sei se alguma vez os perdoei a mim mesmo... Gostava que hoje as coisas fossem diferentes, gostava que a amizade se tivesse mantido tão forte quanto era, e que as coisas no passado tivessem sido diferentes, gostava que não existissem aquelas diferenças que a sociedade e cultura humana em certos grupos censura, que as questões emocionais tivessem sido diferentes... e que eu próprio tivesse sido diferente nalgumas situações!

Mas sinto falta realmente, do que é sentir todo este calor dentro de mim, o sentir a presença de alguém que é tão importante e que tanto me toca... o explorar e aprender, o sentir acompanhado e acompanhar... o sentir completo!

4:06 AM

Boa noite.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Manifesto

Qual paisagem sufocante...
Qual arte ficcional...
Já temos um bem real,
Uma visão marcante!

Um valor tão velho quanto a vida,
Tão perfeito quanto o Céu!...
Em que nuns casos será arte, noutros será a “Dita”!
Ainda mais magnífica se de véu.

Já tanto nos queixamos nós acerca de nós próprios.
Pois se o Homem é imperfeito, que será a Mulher então?
Um ser que manterá nossos espíritos algo sóbrios,
E ainda a cada um de nós capturar o seu coração...

Posso não acreditar num Deus, ou numa divindade,
Mas acredito na perfeição do imperfeito...
Na beleza de uma restrita entidade!
E ainda naquilo de que sou feito...

Gostava de despejar toda esta paixão...
Todo este calor cá dentro concentrado!
Abrir por inteiro meu coração,
E abrí-lo para alguém que o mereça,
E que o consiga tornar apaixonado...


Mulher não é para ser usada!
Mulher, é benção... o esquecimento de um maldito Mundo.
Mulher é para ser respeitada, para ser protegida...
Para ser cuidada, defendida.
Do sagrado Ela é uma feição...
Tudo isto e muito mais, o que a Mulher é no fundo...

Mulher é para ser apreciada,
É para ser amada!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

. . .

Descrição da foto: "Céu nocturno estrelado, infinito e iluminado, como que com uma profundidade desconhecida."


Em estrada aberta,
Perguntando por um destino certo
Em um céu alto e profundo...
Falta-me a direcção da seta...
Para qual euforia,
E em que utopia me perco...
Na imensidão deste Mundo!

A essência da Humanidade e da vida,
Já faz falta em algo que como tal se preze.
Então talvez semi-humano, não-vivo.
Sentimentos e paixões, alguém que os diga,
Se assim os sente! A mim próprio me cito,
Numa vida minha pensando eu como tese.

Sinto falta de ser humano! Sinto falta de ser completo!
Mas ao mesmo tempo, sei que não o posso ser.
Contento-me eu com a textura de um pano... pois meu passado é ferro!
Um desejo penado de algo vital, algo que talvez ache que não possa ter.
A única verdade absoluta e indubitável, de que não sou... e não sei se já fui certo!

Falta-me paixão! O desejo ardente de ser desejado!
A insólita esperança de uma metade à muito perdida!
E ao mesmo tempo, não sei se estarei preparado...
E também não sei se esta alma ainda é, mas sei que já foi sofrida.


ps: escrito do meu mais profundo desconhecido, onde isso fica? Não sei, mas são terras de ninguém...

Boa noite.

domingo, 19 de outubro de 2008

Catarina: A lenda de um crime autorizado

Catarina Eufémia (Baleizão, 13 de Fevereiro de 1928 - Monte do Olival, Baleizão, 19 de Maio de 1954), reconhecida, solidáriamente e com sentimento de vingança pelos milhares que testemunharam sua tragédia, como um símbolo da resistência anti-fascista no Alentejo no tempo do Estado Novo; não por nome nem por mais nada, apenas pelas circunstâncias... apenas quem testemunhou, sabe o que sentiu...

Catarina era uma ceifeira portuguesa, no interior alentejano, mãe de 3 filhos, e grávida do quarto. A 19 de Maio de 1954, Catarina e outras 13 ceifeiras foram protestar junto ao feitor da propriedade onde trabalhavam, por um aumento salarial de dois escudos (!). As ceifeiras e o seu protesto foram tomadas como hostis, tendo o feitor mandado chamar o proprietário e a GNR a Beja com a presença da PIDE.

Depois de chegada a GNR, à pergunta de um oficial Catarina terá respondido que tudo o que queriam era "trabalho e pão". O oficial terá respondido com uma bofetada que a mandou ao chão, erguendo-se e afirmando: "Já agora mate-me!". Catarina, de 26 anos de idade, analfabeta, na altura com um filho de 8 meses em seus braços e grávida do quarto filho, terá sido assassinada brutalmente com uma rajada de metrelhadora à queima-roupa, pelas costas... o filho de 8 meses terá ficado ferido na queda, o outro filho ainda por nascer terá morrido com a mãe!

Temendo a reacção da população, as autoridades resolveram realizar o funeral às escondidas, antecipando-o de uma hora em relação àquela que tinham feito constar. Quando se preparavam para iniciar a sua saída às escondidas, o povo correu para o caixão com gritos de protesto, e as forças policiais reprimiram violentamente a população, espancando não só os familiares da falecida, outros rurais de Baleizão, como gente simples de Beja que pretendia associar-se ao funeral.
Nove camponeses foram acusados de desrespeito à autoridade, e condenados à prisão. O oficial, assassino de Catarina, prosseguiu normalmente as suas funções na GNR.

Pergunto-me, como crimes tão horrendos, imorais, desumanos... podem passar impunes...
Ainda hoje em dia muitos recordam Catarina como a real tragédia, símbolo das vítimas e dos crimes cometidos por tal regime...


Poema de Vicente Campinas, em homenagem a Catarina:

Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer

Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou

Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou

Aquela pomba tão branca
Todos a querem P´ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti

Aquela andorinha negra
Bate as asas P´ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar

Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer.

sábado, 18 de outubro de 2008

Nojo!! Raiva!!

Raiva!!

Raiva ao sistema, por aqueles que sofrem sem justiça!! Ódio, repugnância, pelos que retiram às crianças o direito a serem crianças!! Ódio, a um sistema que semeia o ódio!!

Sinto nojo, por este sistema criminoso e imoral, a que sujeita os mais fracos à exploração contínua, à exploração de uma espécie supostamente racional por si própria!!

Sinto raiva!! Raiva pelas epidemias evitáveis e estúpidamente inevitadas!! Ódio, desprezo por este sistema que propaga a fome em prol do capital, desvalorizando a vida humana!!

Odeio!! Sinto repugnância!! Raiva por este sistema mortífero condenador da vida, da justiça e da liberdade!! Nojo por um sistema que obriga crianças à prostituição, apenas para aliviarem a fome!!

Raiva!! Ódio por um sistema que idolatra o abuso de poder e despreza o trabalho!! Sinto nojo!! Repugnância pelas malditas guerras, existentes apenas para sustentar este maldito sistema, condenando inocentes, vítimas do sistema e da guerra!!

Sinto nojo!! Raiva!! Por este sistema que alimenta o ódio racial!! Ódio por um sistema que atribui ainda mais poder aos que já o têm em demasia, e explora e injustiça aqueles que não têm nada!!

Repugnância!! Ódio por um sistema onde os mais fracos têm de pagar pelos erros dos mais fortes, ainda para além da sua exploração!!


Odeio este sistema, sinto raiva... sabendo que todas estas situações e muitas outras poderiam ser evitadas... mas aqui o dinheiro vale mais que uma vida humana...

Aos senhores do capitalismo e do imperialismo, eu pergunto: "De que vale ser-se humano, senão se possuir um mínimo de humanidade?"


Quero cantar...
Cantar aos pássaros e às pessoas
A razão de um pensar,
Da existência em que voas.

Quero superar as palavras,
E consegui-lo com música,
Na ambição do que pensavas
Em cada pessoa como única.

Para a fogueira quero musicar
E gritar pela noite o hino de todos,
Acalmar todo e qualquer choro
Pela expansão de um novo amar.

Gritar às malhas da Humanidade
E à Terra que não é minha é de todos,
Falar por tudo aquilo que somos...
Um motivo de liberdade!

Vou abençoar esta terra
Negando qualquer dilema,
Pois o Homem não é fera...
Neste terceiro Mundo de nosso Sistema!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Desabafo espontâneo

Porquê que o fantasma do passado ainda me assombra?
Porquê que a memória ainda me doi?
Porquê que a imagem ainda me perturba?
Porquê que o coração ainda aperta, e a cabeça se incomoda?

Porquê tanto me prendo? Desculpem-me, mas não compreendo...


Porquê que ainda suspiro perante fotos...
Porquê que depois de tanto ainda sinto saudade...
Porquê que neste assunto, nunca poderei ter votos...
Porquê que me falta tanto uma metade...

Porquê?

Gostava de saber, porque se vai a história
Mas sempre fica o passado...
Porquê que guardo a memória,
Como um tesouro tão procurado?

Para quê mares? Para quê vagas?
Se há pares... e almas dadas...

Saltam lágrimas, de coração e a chão...
Lá se vai o riso, mas de nada sei o siso...
Pelos momentos que já lá vão...

É sinistro, curioso...
A poderosidade da ferida,
Não ministro, não penoso...
E ainda sem partida,
Tal fantasma... tal mágoa,
Que não me afasta, mas tanto maça.

Será esta, uma dor eterna?
Talvez, mas também será fraterna...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Compaixão

Boas noites, mais uma vez decido cá voltar, apenas para descrever um episódio que passei à tempos, e talvez a diferença e angústia, não por mim, mas por outros.

Neste caso, uma única pessoa me chama a atenção... um único indivíduo mas que serve tão bem de símbolo aos mais descriminados, e também injustiçados seres humanos no nosso planeta, ou pelo menos no nosso Portugal e em outros países que partilhem do mesmo sistema.

Numa bela noite, em que apenas necessitava de sair de casa e apanhar um pouco de ar fresco, decido acompanhar um amigo ao Estoril que ia buscar a namorada. Na vinda, a caminho de Algés, eu sentado sozinho num daqueles agrupamentos de quatro bancos no comboio, entra um indivíduo negro já de certa idade, cego e óbviamente pertencente à classe trabalhadora (ou que pertencera, uma vez que era cego) devido às vestes visivélmente pobres e maltratadas. Bom, o meu amigo ajudou o homem a encontrar o caminho para o banco. O seu rosto era feito de mágoa, as suas mãos de calos... era uma imagem que sem dúvida a mim fazia tremer de solidariedade, e de vontade de ajudar ou fazer algo... mas a minha condição de popular não o permite. A determinada altura, este homem humilde canta baixinho para si mesmo, canções diria eu outrora de outros tempos, mas ainda assim enquadravam-se na perfeição nos tempos de agora. Canções revolucionárias, mas talvez até não fosse essa a natureza real dessas canções... eram canções de humildade, que falavam da tristeza de um homem que trabalhava dia e noite para sustentar a sua família, e que não dava importância às injustiças sofridas por si, pois apenas lhe interessava o seu dever social: o trabalho, por mais forçado que fosse, pois apenas isso o permitia sustentar aqueles que tanto ama: a sua família.

Era capaz de jurar, que vi o homem chorar para si... perguntei-me a mim mesmo que histórias passadas será que esconde aquele homem, aquele pobre trabalhador, aquele ser descriminado!

Um dia alguém o disse: "Se você tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros", foi Che Guevara que o disse, e posso dizer que concordo a 100% com isto, eu como revolucionário e tantos outros, pressentimos cá dentro as mágoas de outros... queremos lutar tanto e ao mesmo tempo tão pouco podemos fazer por aqueles que mais precisam... a angústia e a compaixão sentida por aqueles que tanto sofrem neste Mundo...

Um dia, à mais de cem anos, onde ainda não havia nenhum conceito de Capitalismo, Socialismo e mais o que quiserem, um filósofo e economista já achava degradante o estado do Mundo, a pobreza injustificável e a injustiça intolerável... não havia portanto naquela altura capitalistas nem comunistas... havia apenas aquilo a que hoje se chama Capitalismo Selvagem.
Esse alguém, tentando fazer algo para melhorar o estado da população em todo o Mundo, elaborou a partir do sistema que já havia e que hoje há (Capitalismo Selvagem, hoje apenas Capitalismo), um sistema mais igual, mais justo, em que era possível conceder condições humanas a toda a gente que o seja... protegendo o trabalhador da injustiça sem descriminar o poder hierárquico do patronato (naquela altura a burguesia). Essa pessoa era Karl Marx, fundador do Marxismo, a primeira e ainda a mais seguida vertente do Socialismo, ainda hoje com esse nome mas já sendo maioritáriamente Revisionista. Mas ainda assim, muitos não o consideram o primeiro, pois alguns consideram como o primeiro comunista Jesus Cristo, alguém que lutou do lado do povo, para combater a desigualdade e o poder dos Romanos.
Muitos nos chamam sonhadores e que desejamos o impossível e por vezes até a maldade, pois bem, também foi o que chamaram em tempos aos républicanos e aos jacobinos da Revolução Francesa!

Na história que referi mais acima no texto, disse que saíra de casa apenas para apanhar um pouco de ar e encontrar com um amigo... sinto compaixão, ao pensar que tantos outros não saiam de casa para apanhar ar, simplesmente por não terem uma, ou que não saiam para ir ter com um amigo, por não os terem, traídos pela vida...

Abaixo neste texto está um outro poema escrito por mim, o primeiro que escrevo em homenagem a outra pessoa que não conheço... mas que apenas vi e me inspirou um tal espírito chamado de revolucionário, e senti solidariedade... por esse, e por tantos outros...

Talvez um dia, a imagem do Socialismo manchada por tantos desapareça, e os mais necessitados possam respirar livremente... talvez um dia...


Em tempos de guerra...
Guerra social
Apenas governa a fera,
Alimentando a muitos o mal.

É neste Mundo a lutar,
Que algures na maldade herança
Oiço o cantar de um pobre popular...
Um cantar de esperança!

É algo que me faz pensar...
A discriminação, o limite e o esforçar,
E ainda assim a humildade
De um pobre trabalhador,
Guardando para si toda a dor
Do preconceito desta cidade.

O pensar na razão de tudo isto...
Na injusta e tão imperfeita sociedade,
E que num Mundo ainda assim misto
Toda a massa luta por igualdade.

Aqui o chorar de um cego, o berrar de uma criança
Não serve de nada,
Enquanto os maiores receberem a herança
Daquilo que tanto mata!

Mas ainda assim,
O cantar de um cego ganha plateia,
Pelo desesperado fim
De um sistema que não nomeia!

Mas talvez um dia,
A este e tantos outros...
Talvez um dia,
A estes venham louros...

sábado, 5 de julho de 2008

Valores humanos


Boa noite, chego agora do Bairro Alto, e deu-me para vir cá escrever umas baboseiras, já cá não vinha à algum tempo.

Eu como homem, como ser humano, penso e repenso nos meus valores como tal, naquilo que devo escolher como prioridade, o que desejo para mim e para os outros... um conjunto de coisas. Como todos sabemos, homem não é homem senão tiver sonhos por realizar, ou nem que seja apenas motivos para sonhar, sem isso não passaríamos de um animal sem alma deambulando por este Mundo de ninguém.
Um dia alguém o disse, e apoio plenamente essa afirmação, «Tudo o que hoje é realidade, outrora foi um sonho!». Acho que não vale a pena destacar aqui os meus sonhos ou realizações que tanto desejaria, gostava apenas de destacar, que sinto grande dever e também vontade de apoiar em que questões forem, aqueles que me são próximos... a minha família, as pessoas que eu amo, os meus amigos e todos os outros que me rodeiam... e não em menor grau todos os outros habitantes deste planeta!

Todos temos pequenos sonhos, outros também os têm grandes (e por vezes demasiado grandes), eu como qualquer pessoa, desejo realizar-me a nível professional e social, de modo a garantir as boas condições às futuras gerações da minha família, e se possível, de muitas outras.

Alguns concerteza hão-de ter grandes sonhos, os quais não acreditem poder realizá-los e achem normal mesmo assim tê-los, não irei destacar aqui o meu grande sonho, chamar-me-iam louco, mas penso que todos nós tenham o seu pedaço de loucura... o meu é virado para a Humanidade, gostaria de deixar cá uma marca, uma esperança ou um sinal, de como ainda há a crença de novas eras de paz e fraternidade, e não deixar este Mundo sem que faça algo para que a situação humana melhore... penso que seja isto que me distingue como comunista... e tantos outros que não saibam que o são.

Por último, e fugindo um bocado ao tema, está aqui um outro poema escrito por mim, dirigido à pessoa que tanto o mereçe e que tanto amo, ela sabe quem é. :)


Um barco derivando...
Variando na maré,
Por este extenso mar cruzando
Em busca de um motivo de fé.

São largas as vagas que o trespassam,
Largas as horas de tormento,
Transformando cada momento
Em dilemas que tantos pensam.

É por um destino que não conhece,
Por um motivo que não percebe...
E ao mesmo tempo que tanto quer!

O Céu inundado de azul,
Que lhe faz pensar na beleza deste Mundo,
Percebendo sempre no fundo
Para que sentido é o seu Sul!

É uma lição de ironia,
Que faz crescer este marinheiro,
Olhando para a eterna estadia
Neste mar de que é pioneiro.

Questiona-se a ele próprio
Sobre a sua própria natureza,
Que sempre tivera sóbrio
Com uma absoluta certeza...

No mar profundo onde é navegante,
A rota sempre tivera traçada...
Um mero amante
Em busca de sua amada!