domingo, 28 de junho de 2009

A nossa Derrota...

Boa noite a todos.

De facto já cá não vinha à algum tempo, e devo dizer que realmente o meu ânimo, a minha disposição, estão relativamente mais estáveis. Embora pudesse estar bem melhor, o abalo está presente... pois embora trate-se de algo de certa forma já ultrapassado à muito e que hoje em dia já não terá grande importância, magoa-me ao constatar que terá sido um ano induzido em erro, e que nem sacrifícios meus e nem sequer a pessoa em causa alguma vez mereceram esforços da minha parte... mas pelos vistos, foi esta a conclusão que ela quis que eu tirasse, com muita pena minha.

Mas de qualquer das formas, este texto, ou esta pequena reflexão não é sobre esse tema, esquecemos essa tristeza, que eu assim igualmente farei.

Venho falar, daquela que talvez seja, pelo menos para mim, a maior derrota do ser Humano.
Já experimentaram parar por um minuto, paralisar a vossa vida por completo num qualquer momento do espaço ou do tempo, para se abstrairem das nossas complicações e stresses enquanto seres humanos erráticos, e contemplar as pequenas e boas coisas da vida enquanto seres vivos de magníficos pormenores?

Talvez seja exagero da minha parte, mas talvez de facto devêssemos dar menos preocupação a coisas superficiais e não-essenciais, e dar mais atenção às coisas básicas da vida.

Ontem à tarde, antes de sair para jantar fora em casa de um amigo, meu pai terá saído antes de mim, e reparei eu no seu estado abatido, em baixo. Quis saber o que se passava.
Reparo-me solidário, para com uma pessoa que nunca conheci, para uma família que nunca conheci mas que ainda assim, tal situação e tal indivíduo captou a minha atenção. Meu pai saia de casa para visitar um amigo, um homem não velho, mas um doente terminal de cancro.

Sinto-me solidário, ao constatar as condições em que esse homem se encontra, por ele, e pela sua mulher, filhos e netos que para trás ficam.

Não sei realmente, sob que consciência esse homem parte, não sei realmente que sonhos e desejos terá concretizado esse homem ao longo de uma vida, mas imagino a tristeza e a desmotivação em caso de falha, contrários àqueles em caso de sucesso.

Um dia todos nós partiremos, na hora de cada um ou numa hora de antecedência, cabe a nós aproveitarmos a vida que nos foi dada, viver cada momento que nos é passado e contemplar cada pormenor existêncial que nós testemunhamos, e que a nós igualmente testemunha...

Recordemos apenas: os que partem sempre morrem, mas sua existência sempre em nós fica!

Mais um poema por mim mais abaixo :) espero que gostem,
Cumprimentos.

Sobre esta matéria que nós erramos,
Perdemos a contagem do que erradicamos.
Perdemos o ideal de nossa defesa,
Para que erradamente nos apoiemos na fraqueza...

Esquecemos a ideia e o motivo,
E largamos a larga esperança do que está oculto.
Porque se a bem formos ver, um “tudo” é emotivo!
E por esse “tudo” eu faço luto.

Nas perdidas memórias do que sempre celebramos
Ficam assim guardadas mas perdidas, as alegrias de um motivo.
Foram esquecidos todos os pormenores, todas as presenças que amamos,
Pois a alegria da vida, já foi o nosso motivo!

Sobre nossas mentes, nossas almas
Jazem aqueles que para trás ficaram.
Descansem aqueles, que por nós produziram calma...
Que por nós existiram, e que por nós amaram...

Por aqueles que já lá vão, e que por lá ficaram,
Os quero saudar... avivar a sua existência que por cá sempre ficou.
E saudar ainda mais àqueles que mais cedo partiram,
Que nada puderam fazer ao que lhes marcou...
E que ainda assim, por nós falaram.

1 comentário:

Catariina disse...

Realmente , passamos uma vida inteira a dar demasiado valor a coisas que não tem interesse nenhum, que em nada nos fazem verdadeiramente felizes .. E apenas quando acontece algo de verdadeiramente mal, temos a oportunidade de abrir os olhos e dar um segunda chance a nós mesmos. De viver verdadeiramente.
Para quê passar uma vida inteira, curta ou longa, a dar atenção ao quão gordos estamos, à quantidade de riqueza que temos, os bonitos vestidos que conseguimos comprar, aos milhares de amigos "falsos" que temos, às casas que temos, aos lugares paradisiacos que visitámos ?! Isso serve-nos de quê ?! E se dessemos mais atenção aos nossos verdadeiros amigos que tanto precisam de nós, aos nossos vizinhos, à pessoa que está estendida na rua com fome, a quem não tem dinheiro para dar de comer aos filhos, à Natureza que todos os dias destruimos, a nós mesmos, à nossa alma.
Será que é preciso estarmos a morrer ou vermos um ente querido partir para nos darmos conta disso ?! Afinal para que fim vivemos ? Há coisa que não se entendem e se não vivermos para fazer os outros felizes, então merecemos ser felizes nos mesmos.

Beijinho Zé =)

Catarina ( Coimbra ) :)